[ 1 ] Tea Time

Posted by: Madam - B / Category:

Bufou.

Há muito ela repetia o ato, como um sopro de caldeira. Também pudera. Motivos nunca lhe faltaram. Apenas continuou apreciando a arrumação do local, enquanto Ele estava buscando a menina. Tinha corpo de moça, já era crescida. Mas era apenas uma menina. Que nem a outrora viver aqui.

Deu um muxoxo consigo mesma.

Como se alguem que "vive" o suficiente apenas para tomar um bom whisky fosse muito sábia...

- Deu até vontade...

Mal terminou a linha de raciocinio e ouve-se os estrondos. Eram bem filhos Dela. Barulhentos e Ele, que estava

Sempre preso, começava a reclamar como sempre. Ignorou-o como sempre. "Se ele ao menos gostasse da fruta um pouco mais..." Estar preso é ruim o bastante. Mas presa, quase cega, sem poder falar e ainda na falta eram um pouco de mais.
Passos ecoaram no patio, com sons que lembravam tudo, menos passos.

- Hmm... - começou o "homem" de terno, em tom de duvida.

- Huumm.... - continuou ela, em tom de prazer.

- Trouxemos ela, como planejado - indicando com a aceno uma sombra de uma menina-mulher (fruta mais do que no ponto, na opinião dela), enquanto a ruiva continuava os gemidos,jogando a cabeça pra trás e abrindo as pernas, como que em êxtase.

Vendo que ela continuaria com aquilo de qualquer jeito e lendo na mente da menina que "A coisa da Alice foi uma péssima idéia, nunca devia ter pego aquele livro." e planos ridiculos de fuga, passou a mão pela cabeça.




- Eu converso ou você conversa?

Ela parou com os barulhos, ainda que terminando de modo a deixar bem semelhante a quem acaba de gozar, passando a mão pelos lábios e mordendo a unha - habito vulgar mas ela borbulhava vermelho, então ficava incrivelmente sexy.

- Do jeito que a sua conversinha mole dura hoooras, até alguma coisa acontecer - seja ela entender as coisas ou você comer ela - eu já sai daqui - respondeu cheia de escárnio e ainda assim indiferente, parecendo entediada.

Adicionando um olhar de irritação, George respirou fundo e virou para a menina. Estava mais assustada do que nunca. Cenas de estupro e pensamentos - de pânico e prazer - corriam por sua cabeça.

Andou até um meio termo da clareira e o patio, e conjurou uma mesa de chá, cadeiras e prataria. "Ao menos - pensou a pequena - isso tudo não caberia tão perfeitamente atrás de uma pilastra!"

- Dozo ~ - miou o "homem", seus olhos azuis possuiam um mistério e coisas mais, em cores inexistentes, mas parecia confiável, além de que era educado e gentil. Além de não ter compulsões por horário, pontuou ela mentalmente.

- Chá de...? - perguntou, inclinando o corpo ligeiramente. Ele não era muito alto mas a menina era bem baixinha.

Nervosa e timida que era, hesitou. Não era muito boa com respostas rápidas apesar de ser muito inteligente.

- Trarei camomila, para acalmar os animos. - meigamente decidiu e com um ultimo olhar na mulher trancada, sorriu e saiu.


Ela tentou acompanha-lo com os olhos, mas...

- Pssssssssssssssssssss!

O chamado parecia uma cobra, uma cascavel mortal anunciando o destino de sua presa. Ainda assim, aproximou-se da mesa, observando a mulher, sentada numa pessima postura.
Ela a encarou, com um olhar bizarro, em olhos verdes profundos que nem sempre pareciam estar ali. Era como se ela tivesse dois pares - ou duas caras.

- Como quer ser chamada? - endireitou-se, na medida em que apoiar o rosto molemente na mão, apoiada nas pernas, abertas, possa ser assim chamado.

De primeira ela não atinou. Achava que a mulher fosse fazer de tudo, desde xingar até sair dali e estupra-la com as xícaras. Mas seu tom foi quase cordial. Nada saia muito bem da boca dela por causa do tédio e do ranço pairando naquele pátio. Era bonito, lembrava um mosteiro medieval. Mas daquela cela sopravam ventos sinistros.

- Er... M- meu nome? - retrucou, tolamente a menina, se sentindo o mais insegura que conseguia.

A outra apenas observou e disparou:

- Vou te chamar de Emi.

E num pulo, que se repetiu na menina, levantou e pegou um saco de papel, se aproximando da grade.

George voltou, trazendo um bule bem enfeitado, branco com bordas douradas. Depositou na mesa, atraindo a pequena pelo cheiro. Era estranho. Bom, muito bom. Mas de um jeito que nunca tinha sentido antes.

- Mas já? - ao ver o saco.

- Que que tem? - rispidamente. Adicionou o conteudo da garrafa na xícara estendida a ela.

- Hm..? - ergueu oferecendo a Emi, já bebendo do seu.

Ele deu um leve aceno negativo com a cabeça.

- Não, obrigada. - disse mecânica.

- É Whisky.

- Não bebo. - Replicou nervosa.

Um olhar penetrante e esmeralda a perfurou no outro lado do muro. Ou foi como ela sentiu.

- Mentirosa. - alegou a ruiva com voz sedosa porém firme, carregada de veneno. Ela sabia, Emi não sabia como, mas ela sabia.

- Não leve-a tão a sério. - pondo o bule verde e preto na mesa - Não tenha medo.

De algum modo, as palavras dele pareciam ter efeito como remédio. Soavam delicadas porém firmes. Apesar disso, não gostava de algo nele, como se fosse feito de chiclete mascado ou algo do gênero. Mas sentia que era o menos pior dali.

Acenou levemente, ainda nervosa e com medo. Muito medo.
Ser medrosa sempre foi sua caracteristica mais marcante.

George fez menção de se sentar mas a ruiva berrou "E os bolinhos?"

Parando com irritação o movimento, deu uma mistura de bufo com silvo e foi na direção da saida.

- Sente-se - disse para Emi - Não tenha medo, ela não pode sair dali.

Ela assentiu e lentamente puxou a cadeira, sentando-se finalmente e apreciando a ruiva entornar a garrafa de whisky com vontade.

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Não preciso dizer que o nome Não foi por acaso, né? XD


1 comentários:

  1. Lucy Says:

    certas coisas são um tanto OBVIAS de mais, gato!XD mas....ainda me pergunta...PQ ELE?!T_T'''

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